Resenha No jardim do Ogro - Leïla Slimani

Sinopse - Adèle tem a vida perfeita: é uma jornalista de sucesso em Paris, onde vive com seu marido cirurgião e seu filho pequeno em um lindo apartamento. Mas, debaixo da superfície, ela está entediada com seu trabalho e seu casamento – e consumida por uma necessidade insaciável de sexo a qualquer custo. Movida menos pelo prazer que pela compulsão, ela organiza seu dia em torno de casos extraconjugais, chegando atrasada ao trabalho e mentindo para o marido, até se enredar definitivamente em sua própria armadilha. No jardim do ogro é um romance visceral sobre um corpo escravizado por seus impulsos, o vício sexual e suas consequências implacáveis.

"No jardim do ogro" é uma obra intimista e ao mesmo tempo traz uma crueza única sobre a protagonista do livro, Adèle.
Adèle é uma mulher de 35 anos de idade, jornalista, mãe de um garotinho chamado Lucien e casada com o médico Richard. Quem observa essa família, acredita que tem o retrato perfeito de uma família feliz e amorosa. Mas tudo não passa de um grande engano.
Adèle é uma mulher compulsiva, que tem a necessidade não apenas pelo sexo (apesar de poder ser chamada de ninfomaníaca), mas de uma necessidade avassaladora de ser inesquecível, importante, de ter homens aos seus pés. A protagonista não se satisfaz com a vida financeiramente tranquila e um relacionamento brando. Tudo o que Adèle deseja é ter uma vida ociosa, onde possa ser venerada. Como sua vida não consegue atingir os patamares de grandeza que ela tanto almeja, a protagonista sente esse vazio constante, que preenche com uma vida dupla repleta de sexo casual. É uma pessoa egocêntrica, que não consegue nem mesmo colocar seu filho como prioridade nas situações, muito menos o marido. Todos os enganos, encontros secretos e problemas são decorrência da necessidade de aplacar o próprio ego.
"Ela acha que não é o suficiente. Que essa vida é pequena, comezinha, sem nenhuma envergadura. O dinheiro deles cheia a trabalho, a suor e a longas noites passadas no hospital. Tem o gosto das reprimendas e do mau humor. Não os autoriza ao ócio nem à decadência." (p. 13)
O livro conta exatamente essa jornada da Adèle, os casos, os problemas e todas as mentiras que a protagonista enreda para conseguir aplacar suas necessidades. É uma obra com linguagem direta, um texto bem escrito e personagens caracterizados por suas falhas e obsessões, ou seja, personagens bem humanizados.
"Ela quer ser apenas um objeto no meio de uma horda, ser devorada, chupada, engolida inteira... Quer ser uma boneca no jardim de um ogro." (p. 07)
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2 comentários

  1. Olá! A capa do livro é bem bonita, mas a história me deixou em conflito comigo mesma, pois se por um lado temos um enredo que envolve traição,o que eu não gosto nada, do outro temos uma Adèle que parece ser uma personagem horrível, mas que nos faz questionar e refletir, como, por exemplo, uma mulher como uma vida aparentemente perfeita, (filho, marido, situação financeira super confortável), consegue se sentir incompleta, e por isso buscar nas mentiras uma maneira de preencher esse vazio. É aquele tipo de leitura difícil, mas de certa forma necessária.

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  2. Olá!
    A capa do livro as vezes engana os leitores. Pensei que seria uma historia diferenciada mas ao ler a resenha fiquei bastante receosa pela trama. Tem sim, uma premissa ótima, porém eu não sei se leria porque o que fala da personagem é basicamente uma situação da humanidade.

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