Resenha: Um dorama para chamar de meu - Marina Carvalho

Sinopse - Mariana Pena orgulha-se de seu trabalho como assessora de comunicação. É tão dedicada que foi transferida para a sede da agência, a Comunicarte, em São Paulo, onde acaba recebendo maior reconhecimento profissional. Não poupa esforços para realizar suas tarefas com competência e dedicação, característica adquirida durante os anos em que treinou boxe com o pai, com quem aprendeu a ter disciplina e muita força de vontade. Não é qualquer pancada da vida que a derruba. Nem mesmo a nova missão à que foi designada: assessorar o fotógrafo sul-coreano, radicado no Brasil desde a infância, autor de coletâneas de fotografias que registram o ser humano inserido em suas rotinas, durante a turnê do último lançamento, Retratos. Além de talentoso, Joaquim Matos – ou Yoo Hwa-In – é uma personalidade bastante reconhecida por seu trabalho artístico. Um tanto introspectivo e cheio de mistério no que diz respeito a sua cultura, a missão de Mariana acaba se apresentando mais trabalhosa do que ela imaginava. E tudo complica mais um pouco quando, de repente, mensagens anônimas surgem, destinadas ao fotógrafo, todas com ameaças explícitas à vida dele. No começo Joaquim e Mariana acreditam que se trata de algum hater, do tipo que late sem morder. Porém, à medida que as abordagens vão se tornando mais concretas, surgem novas hipóteses e uma possibilidade vinda do passado, lá da Coreia do Sul ainda. Em meio a eventos literários, autógrafos, estadias em inúmeros hotéis, voos cancelados, coquetéis, discussões, nasce um vínculo entre artista e assessora que vai evoluindo para uma relação cada vez mais forte e intensa, incontrolável até. Mariana usa suas habilidades esportivas para garantir a segurança de Joaquim, mesmo que viva se colocando em risco por isso. Nessa história ainda há espaço para referências culturais coreanas, amizades fiéis, uma família para lá de eclética e um romance de tirar o fôlego.
"Um dorama para chamar de meu" é um romance delicioso e contagioso de ler, daqueles que o leitor só consegue largar quando chega ao final. Mariana é uma mulher de 26 anos de idade que tem presença e personalidades marcantes. É formada em jornalismo, mais atua como assessora de comunicação, ama lutar boxe, é curvilínea e muito segura de si. O tipo de mulher que tem uma energia boa, que faz com que as pessoas gravitem ao seu redor.

Tudo começa em uma noite em São Paulo, em novembro de 2018, quando Mariana é "convocada" por suas amigas Elisa e Mônica e por sua irmã mais velha Isa, para uma saída em um barzinho. Essa saída tem um significado importante na vida da protagonista, que não faz ideia do que o destino lhe preparou.

Seis meses se passam é o chefe de Mariana, o Alfredo está em uma reunião com uma Editora para tentar criar um cronograma para a turnê de um dos autores, que irá promover seu livro de fotografias em várias cidades. O problema é que o autor, Joaquim ou Yoo Hwa-In, é tímido e antisocial, o que dificulta os eventos em que ele tem contato com o público. E é aí que entra o trabalho de Mariana, que será a responsável por acompanhar Joaquim na turnê e "suavizar" a dinâmica dele com as demais pessoas. 

Mariana será responsável por tudo na turnê, ter certeza de que os lugares reservados estejam de acordo com o esperado, ser capaz de lidar com imprevistos e atender aos pedidos do autor. Infelizmente, acontecimentos mais do que inesperados começam a surgir: como mensagens ameaçadoras e até mesmo algumas situações desconfortáveis. Enquanto que Mariana acredita que algo sério está acontecendo, Joaquim deixa claro que a sua assessora está exagerando no assunto, e não é só nessa questão que os protagonistas vão discordar.

A dinâmica dos dois não é a das melhores inicialmente, mas Mariana, tentando ser a melhor profissional possível, não desiste. E é aí que ela tenta conhecer um pouco mais o Joaquim, mergulhando na cultura sul-coreana.

É essa imersão cultural que traz o diferencial no enredo. Mariana, como muitos de nós que apenas recentemente está aprendendo mais sobre essa cultura, mergulha de cabeça e narra em primeira pessoa suas impressões e dúvidas, questionando Joaquim em vários momentos. Dessa forma, o enredo torna-se real para o leitor, pois a protagonista faz descrições detalhadas e deixa bem óbvio o seu deslumbramento, principalmente com os doramas.
"O estilo da música sul-coreana atual é o símbolo da expansão cultural do país. Leio, abismada, que o turismo e a diplomacia da Coreia do Sul foram impulsionados ao ritmo do gênero, que movimenta dezesseis bilhões de reais por mês". (p. 70)
Diferentemente de Mariana que tem uma personalidade expansiva, Joaquim é reservado e inicialmente pouco revela sobre sua vida, criando assim um embate de personalidades. Porém, não é só a diferença de personalidades que faz com que o jovem fotógrafo seja tão reservado...
"Algo raspa na madeira do lado de fora. Pronto. Acabo de obter a confirmação de que a minha mente não anda imaginando coisas. Há algo de errado acontecendo e o pivô de tudo isso é o homem a poucos palmos de distância, lindo e misterioso - e provavelmente em perigo". (p. 104)
O livro tem romance, drama, ação e muitos doramas, ou seja, tudo o que um leitor pode desejar. Além disso, a capa combina perfeitamente com a história e com o título da obra e logo de cara, deixa o leitor curioso.

A escrita da Marina Carvalho é fluida, direta e totalmente apaixonante. A forma como ela construiu o enredo fez com que cada final de capítulo se torna-se o gancho perfeito para se agarrar no capítulo seguinte. 

Também não posso deixar de mencionar a Editora Astral Cultural, que foi extremamente cuidadosa com a diagramação, enriquecendo ainda mais a experiência de ler essa obra. Então apertem os cintos porque essa turnê será inesquecível!
"- Sorte sua eu não saber quem é a tal Anastacia Steele, senão cobraria agora mesmo sua promessa." (p. 13)
Compre o livro pela Amazon.
Livro recebido em parceria com a Astral Cultural.

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