Resenha: Pistas Submersas - Doggerland # 1 - Maria Adolfsson

Sinopse - Bem-vindo ao mundo único de Doggerland! Uma nação formada por grande extensão de terras, hoje, a maior parte submersas, das quais restaram apenas três ilhas, localizada em algum lugar entre o Reino Unido e os países nórdicos. É lá que Maria Adolfsson cria o cenário perfeito para uma história arrebatadora. Na manhã seguinte ao grande festival das ilhas de Doggerland, norte da Escandinávia, a detetive Karen Hornby acorda em um quarto de hotel com uma ressaca gigantesca, mas não maior que os arrependimentos da noite anterior. Na mesma manhã, uma mulher foi encontrada morta, quase desfigurada, em outra parte da ilha. As notícias daquele crime abalam a comunidade. Karen é encarregada do caso, algo complexo pelo fato de a vítima ser ex-esposa de seu chefe. O homem com quem Karen acordou no quarto de hotel... Ela era o seu álibi. Mas não podia contar a ninguém. Karen começa a seguir as pistas, que vão desenrolando um novelo de segredos há muito tempo enterrados. Talvez aquele evento tenha origem na década de 1970... Talvez o seu desfecho esteja relacionado a um telefonema estranho, naquela primavera. Ainda assim, Karen não encontra um motivo para o assassinato. Mas, enquanto investiga a história das ilhas, descobre que as camadas de mistérios daquelas terras submersas são mais profundas do que se imagina.
"Pistas Submersas" é o primeiro livro da série Doggerland da autora Maria Adolfsson. A própria autora faz uma breve explicação sobre o nome do livro. A autora explica que Doggerland era uma área de terra agora submersa entre Grã-Bretanha e a Europa Continental, que foi inundado pelo nível do mar entre 6500-6200 a.C. Na sua historia, o local tem um ar meio sombrio, com uma população pequena, frio e muitas áreas isoladas. É com esse tom mais sóbrio que o primeiro é ambientado.

"Pistas Submersas" é narrado em terceira pessoa e tem como protagonista a inspetora Eiken. Karen Hornby Eiken é uma mulher de quase cinquenta anos que enfrenta todos os dias o preconceito na polícia, principalmente de seu chefe, Jounas Smeed, um homem machista que faz comentários depreciativos.

A vida de Karen, assim como de muitos moradores locais é bem monótona, repleta de rotinas, com exceção da existência de alguns festivais onde os moradores excedem um pouco em bebidas e comemorações. E é em um desses festivais que a Inspetora se vê cometendo um dos maiores erros da sua vida. Karen acorda em um quarto de hotel com uma ressaca absurda, dividindo a cama com ninguém menos do que o seu chefe.

Saindo apressada e fazendo sua caminhada da vergonha, ela dirige para casa e no caminho vê uma de suas vizinhas, Susanne. Tal detalhe não teria importância se não fosse o fato de que algumas horas depois Susanne é encontrada espancada até a morte em sua casa. E ela é ex-esposa de Smeed...

O assassinato brutal logo faz com que as pessoas acreditem que o crime teve motivação pessoal e ninguém é melhor suspeito do que Jounas Smeed. Afinal de contas, o divórcio não foi amigável e a família Smeed é conhecida por conseguir o que quer, custe o que custar.
"Eles não sabem se estão lidando com um assassino frio ou com alguém que matou involuntariamente num impulso de fúria: de qualquer maneira, parece cada vez mais improvável que o caso seja solucionado em três dias e incluído na estatística de sucesso de oitenta por cento."
Com o afastamento de Smeed, Karen torna-se a líder da investigação, mantendo-se em silêncio e ocultando o fato de que é o álibi de Jounas. Correndo contra o tempo, Karen vai tentar reunir o máximo de provas possíveis para resolver esse caso que abalou a comunidade. Mas em um local tão gélido e isolado, as histórias mais terríveis se encontram submersas... E a Inspetora precisará de muita paciência e sagacidade para desvendar acontecimentos do passado que podem ou não ter causado a morte de Susanne no presente.

O livro possui todos os elementos para uma trama viciante e repleta de reviravoltas. A protagonista saiu do lugar comum ao ser representada por uma mulher madura, que não tem expectativas ou sonhos românticos e tem até mesmo uma personalidade mais sombria crua. Não é uma personagem idealizada, Karen possui inúmeras falhas e características que a humanizam, mas no final das contas, sua determinação (motivada por egoísmo ou não) deixa claro que é uma mulher inteligente e obstinada.

Smeed é o antagonista perfeito. Ele vem de uma família rica, que tem muito poder e é arrogante e preconceituoso. É difícil saber se sua ascensão na carreira se deve ao seu talento ou a influência familiar, já que em vários núcleos do enredo é possível observar grupinhos pré-definidos. Sua personalidade não é afável e fica muito fácil desde o início da leitura classificá-lo como "vilão".
"Karen considera, impressionada com a capacidade que Jounas exibe de pronunciar cada palavra que diz a respeito de Susanne como uma acusação implícita ou explícita. A mulher está morta, mas nem assim ele consegue refrear o desprezo."

Além da história atual, o enredo faz uma correlação com a história local na década de 1970, onde Doggerland era um local ainda mais sombrio. Conforme o passado se desenvolve, possibilidades surgem diante do leitor, que começa a formular teorias.

O único ponto negativo, se é que pode ser chamado assim, é que a narrativa é um pouco arrastada, tornando alguns trechos mais monotónos.



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