Resenha: Nunca saia sozinho - Rory Moore/Lane Phillips # 2 - Charlie Donlea

 

Sinopse - SE ACEITAR O CONVITE, NÃO IGNORE O AVISO. Dentro dos muros de uma escola de elite as expectativas são altas, e as regras, rígidas. Na floresta, além do campus bem cuidado, há uma pensão abandonada que é utilizada pelos alunos como ponto de encontro noturno. Para quem entra, existe apenas uma regra: não deixe sua vela apagar ― a menos que você queira encontrar o Homem do Espelho... Há um ano, dois estudantes foram mortos em um massacre terrível. Desde então, o caso se tornou o foco do podcast “A casa dos suicídios”. Embora um professor tenha sido condenado pelos assassinatos, muitos mistérios e perguntas permanecem. O mais urgente é: por que tantos alunos que sobreviveram àquela noite macabra voltaram ao lugar para se matar? Rory Moore, especialista em casos arquivados, e seu parceiro, Lane Philips, começam a investigar a noite dos assassinatos, em busca de pistas que possam ter escapado da escola e da polícia. Porém, quanto mais descobrem sobre os alunos e aquele jogo perigoso que deu errado, eles se convencem de que algo fora do normal ainda está acontecendo. O jogo não acabou. Ele prospera... em segredo, em silêncio. E, para seus jogadores, pode não haver uma maneira de vencer ou de sobreviver.

Charlie Donlea conseguiu surpreender seus leitores ao trazer a personagem Rory Moore de uma forma mais humanizada . Quem teve a oportunidade de ler "Uma mulher na escuridão" notou que Rory não tem muita desenvoltura social e prefere ficar rodeada de suas bonecas para reconstrução e seus casos antigos do que ter que lidar com as pessoas. Nesse livro não é diferente, mas o que impulsiona Rory a se juntar ao caso é o fato de que o seu namorado Lane foi chamado para fazer o perfil do crime cometido em 2019 na Escola Preparatória de Westmont.

Esse livro tem vários núcleos, que trabalham tanto no tempo presente quanto no passado, o que pode ser confuso para alguns leitores. Porém, essa técnica permitiu uma maior profundidade na trama, assim como a alternância entre primeira e terceira pessoa na narrativa.

De forma mais intimista temos um narrador misterioso contando sua história através de passagens de um diário em sessões de terapia. Durante seus capítulos, percebemos uma vida envolta em violência. Com o tempo, observamos que esse narrador se torna cada vez mais "insensível" as demais pessoas e ao mundo ao seu redor. 

Temos também o núcleo dos podcasts policiais. Temos dois repórteres que trabalham em jornais concorrentes e que estão investigando os crimes da Escola Preparatória de Westmont. Mack Carter é o famoso da dupla, mas sendo bem sincera, ele não é tão preparado sobre o tema e está pendendo para o lado sensacionalista (o que pode justificar sua alta audiência) enquanto que Ryder Hyllier é aquela que estuda exaustivamente os detalhes de todos os casos que acompanha.
"Ryder Hillier era uma jornalista especializada em crimes reais, que tinha um famoso blog que hospedava fóruns de discussão e salas de bate-papo, onde diferentes tipos de malucos compartilhavam teorias conspiratórias sobre todos os tipos de casos em todo país. Desde gente desaparecida até homicídio." 
Outro núcleo que aparece no livro é o dos alunos do fatídico dia, seus sobreviventes e os professores da escola. É através desse núcleo que acompanhamos passo a passo os acontecimentos do que poderia ser chamado de massacre. E é claro, temos o núcleo policial, que envolve a dupla Rory e Lane e seu trabalho detalhado de investigação. 

Westmont é um mundo a parte do mundo real. Os alunos vivem por um código e estão sempre elaborando maneiras de se divertir. O problema é quando uma dessas brincadeiras ultrapassa limites...

Na minha opinião duas personagens se destacaram na história: a protagonista Rory e a jornalista Ryder. Rory teve suas fobias mais detalhadas e o leitor conseguiu compreender melhor a forma como sua mente funciona e como ela faz conexões de situações que aparentam não ter ligação. Além disso, também tivemos a oportunidade de compreender um pouco melhor o relacionamento dela com Lane e como os dois trabalham em sincronia. 
"A maioria das pessoas evitava a confusão e caos. Rory se sentia atraída por eles. O enigmático e o não explicado a intrigavam, e ela não podia ignorá-los, assim como uma mariposa não consegue resistir a uma fonte de luz."

Ryder por sua vez, se destacou por sua mente rápida e vontade de descobrir a verdade. Ela ama o que faz e realmente quer ganhar mais dinheiro, porém demonstra preocupação com as vítimas e intenção de conseguir um encerramento e justiça para eles.
"— Os jovens que estão se matando talvez estejam fazendo isso para escapar do seu sofrimento — Rory disse. — Talvez a culpa os esteja atraindo de volta para a cena do crime, e a morte parece ser a única opção deles.
— Eles estão se sentindo culpado do que?
— Um segredo? — ela sugeriu. — Os segredos têm uma maneira de comer as pessoas vivas."
Confiram a resenha do livro anterior:
* Uma mulher na escuridão


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