Resenha: Um amor nada tradicional - Heidi Shertok

 
Sinopse - Atrevida, debochada e incrivelmente divertida. Penina está chegando aos 30 anos solteira e com um diagnóstico de infertilidade, o que reduz drasticamente suas esperanças de encontrar um homem para compartilhar uma vida a dois. Mas sua vida vira de cabeça para baixo quando a irmã, Libby, está prestes a perder a casa por causa das dívidas do marido. Penina decide ajudar e aceita se casar de mentira com um judeu ortodoxo que é gay e precisa de um casamento de fachada. Eis que o destino embaralha novamente o jogo e põe à sua frente Sam Kleinfeld: um homem rude, sexy, irresistível... e seu chefe! Agora ela terá que escolher entre o dever e o desejo, em uma história divertida, cheia de encontros desastrosos, cenas hilárias e emocionantes reviravoltas. Um romance repleto de encontros terríveis, situações inesperadas e uma dose generosa de paixão proibida.

Fui completamente arrebatada por esse livro do início ao fim. Quando um livro traz uma nova experiência, cultura ou costumes, fico extremamente feliz por conhecer algo novo ou algo com o qual não tenho muito contato. “Um amor nada tradicional” me trouxe uma nova perspectiva sobre os relacionamentos entre judeus ortodoxos.

Nessa história somos apresentados à Penina, uma jovem adorável, carismática e positiva com a vida. Infelizmente, Penina teve um diagnóstico na juventude de infertilidade, o que dentro da sua comunidade é uma situação terrível, pois de acordo com os seus costumes, uma esposa deve ser capaz de ter filhos. E não entendam mal, a família da protagonista a apoia e a ama incondicionalmente e como toda família que está sempre junto, acaba opinando e se infiltrando nos problemas pessoais uns dos outros.

E Penina não deseja isso de outra maneira. Por isso, quando descobre sobre a situação financeira da família de sua irmã mais velha, não hesita em correr atrás de uma solução, o que a coloca no caminho de Zevi.

Zevi também é um judeu ortodoxo, que está com a mãe muito doente e não quer decepcioná-la em seus últimos dias, o que faz com que ele recorra a uma estratégia não tradicional: encontrar uma esposa ortodoxa que esteja satisfeita com um casamento de aparências. Afinal, Zevi é gay e ele e seu namorado são muito felizes.

Em contrapartida, temos Sam, filho da joalheria em que Penina trabalha. Ele é rude, rico, bonito, não acredita no amor e não é judeu, um grande “não” em qualquer lista das casamenteiras da comunidade. E apesar de tudo, e na presença dele, conversando com ele que Penina pela primeira vez na vida tem seu interesse desperto.

Penina é tão carismática que é impossível não se apaixonar por ela, especialmente quando estamos lendo sobre seus sentimentos e a percepção de não pertencimento dentro de uma comunidade que ela tanto ama e admira. Em alguns momentos, torna-se doloroso demais presenciar seus sentimentos, pois são tão crus e sinceros que é possível se conectar profundamente com sua dor.

A família da protagonista é uma miscelânea de personalidades extrovertidas, capazes de fazer comentários hilários, mas que tem algo em comum: o senso de camaradagem e amor incondicional. É palpável o quanto essa família se ama!

Temos também o núcleo da joalheira, composta por uma chefe de idade bem rabugenta e uma funcionária jovem que ama amar. São dinâmicas que acrescentam variada a rotina da protagonista, fazendo com que Penina enxergue o mundo sob diversas perspectivas.

É muito interessante ver como o casamento é importante nesse grupo e como existe uma certa pressão para que a mulher encontre um marido rápido, como as casamenteiras fazem os emparelhamentos de casais e tantos outros costumes que são apresentados no livro (com notas explicativas no rodapé). São costumes lindos, significativos e que envolvem toda a família.

“Um amor nada tradicional” é um romance incrível, agridoce e extremamente apaixonante!



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