Resenha Tudo Aquilo Que Eu Não Disse - Duas garotas. Uma carta. - Kathryn Hughes

Sinopse - A vida da doce Tina Craig parece estar destinada a mesmice dos anos 70: ela vive presa em um casamento infeliz com um marido problemático. Isso desafia Tina a unir todas as suas forças para sair desse abismo e finalmente conquistar a paz de espírito que ela tanto quer. Seu destino toma um rumo diferente quando ela encontra uma carta escrita em setembro de 1939. A carta, que nunca chegou ao destino certo, lhe traz uma nova esperança, um alento para o seu coração tão maltratado. Tudo muda de figura quando a vida de Tina se choca com os destinos do casal Billy e Chrissie, trazendo William, um jovem em busca de sua mãe biológica, para sua jornada por conta de um mero acaso.
"Tudo aquilo que eu não disse" é uma obra intensa, que fala sobre os arrependimentos, a segunda chance no amor e a força para seguir em frente em meio a obstáculos difíceis.
Tudo começa no prólogo, quando uma mulher está contando a sua netinha como conheceu o seu marido. A partir daí, o leitor é transportado para uma viagem extraordinária, relatada em dois tempos diferentes da história.
O ano é 1973. Tina Craig é uma mulher de 28 anos de idade que perdeu ambos os pais e não tem mais ninguém da sua família. Casou-se há quatro anos e desde então, sua vida transformou-se em um pesadelo. Rick, o marido amoroso, tornou-se um agressor a partir da lua de mel do casal. O excesso de bebidas, o ciúme excessivo, o desemprego e os rompantes de fúria tornaram-se rotina para Tina, que volta e meia aparece com um lábio rachado, um hematoma ou algo pior. Infelizmente, Tina fica dividida entre sair desse relacionamento abusivo ou acreditar em Rick, que sempre faz promessas de que nunca mais irá levantar a mão para ela.
"- Ele só me batia quando estava bêbado.

- Aí vai você de novo... Isso torna tudo aceitável, certo?" (p. 138)
Infelizmente, o abuso doméstico é uma situação que acontece desde o início da humanidade e ainda não vemos um final feliz. Sabemos que envolve vários aspectos psicológicos, emocionais, físicos e até mesmo financeiros.
Enquanto passa por essa turbulência emocional, Tina encontra em seu trabalho voluntário uma carta lacrada em um paletó recebido para doação. Ao abrir a carta, ela constata que a mesma é datada de 1939, escrita por um homem chamado Billy para Chrissie. Intrigada pelo fato de que a carta não foi nem mesmo aberta, Tina começa a investigar a história de Billy e Chrissie.
Chrissie é uma jovem de 19 anos, filha de um médico e uma parteira. Seu pai, o dr. Samuel Skinner, é uma pessoa que se preocupa com a aparência e o status social. Isso condiz no seu comportamento familiar e nos seus atendimentos diferenciados entre os pacientes mais pobres e os menos pobres. Billy é um jovem de 21 anos que foi adotado ainda bebê e que para o dr. Skinner, não é bom o suficiente para sua filha. O médico acredita que com a convocação dos jovens para a Segunda Guerra, esse "namorico" vai terminar. Isso não significa que enquanto os dois estão juntos, ele não vai deixar claro sua opinião sobre o jovem casal.
É difícil ter um livro onde todos os personagens acabam agradando durante a leitura, mas foi o que aconteceu nesse caso. Mesmo os "vilões" da história foram bem representados e de certa forma, sabendo que sua presença era necessária para o desenvolver da trama, não deixaram à desejar.
"Tudo aquilo que eu não disse" nos faz refletir sobre o que deixamos de falar, o que deixamos para depois. É emocionante observarmos o impacto dessas palavras não ditas na vida desses personagens, pois é impossível não pensarmos nas nossas palavras não ditas. Quem nunca se arrependeu ao não falar algo? 
Didaticamente, o livro é dividido em Prólogo e mais três partes. A Astral Cultural realizou um excelente trabalho de revisão, diagramação e layout. A capa, apesar de parecer simples à primeira vista, combina com o conteúdo do livro.
"Ele se inclinou para beijá-la nos lábios, e Tina estava grata pelo fato de seu homem ter voltado. Se o hálito dele não estivesse fedendo a cerveja, tudo seria perfeito." (p. 143)

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16 comentários

  1. Oi Carol.
    Gostei bastante da premissa desse livro. Trata de um tema bem importante na nossa sociedade e a violência doméstica precisa ser mais discutida.
    Fiquei curiosa para saber mais sobre o que aconteceu com Tina, Billy e Chrissie.
    Beijos

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    1. Oi Pamela, tudo bem?
      A premissa é bem interessante e reflexiva mesmo. Acho importante os livros darem essa abertura para discutirmos temas sociais.
      Bjkas

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  2. Oi, Carolina.

    O fundo já é

    A ideia de acompanhar duas histórias, é fantástica por envolver o leitor em ambientações diferentes.

    Ao mesmo tempo que o livro nos apresenta algo real e covarde, ele também nos apresenta algo belo, singelo. E, isso, é uma boa dosagem.

    O enredo me envolveu assim que eu li a sinopse desse livro. 😍

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    1. Oi Daiane, tudo bem?
      É uma obra muito bem escrita e organizada de forma muito inteligente.
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  3. Olá!
    Eu gostei do enredo e ainda mais trata duas épocas diferente e bem legal. E a forma também de como é trata a violacao domestica, uma coisa que sofremos ainda hoje em dia que mesmo não tem final feliz. O livro me deixou bem interessada e também conhecer o final da protagonista.

    Meu blog:
    Tempos Literários

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    1. Oi Lily, espero que realize a leitura em breve.
      Bjkas

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  4. Gostei bastante da premissa, acho que é realmente um livro que nos faz refletir muito depois da leitura e até mudar algumas atitudes. Essa ideia de duas histórias sendo contadas me agrada muito e prende bastante a atenção do leitor. Pretendo lê-lo.

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    1. Oi Luana, tudo bem?
      Realmente é um livro com um enredo bem reflexivo.
      Bjkas

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  5. Oi, Carol.
    Ainda não conhecia esse livro, mas adorei a sua resenha!
    Fiquei curiosa para ler!
    Beijos
    Camis - blog Leitora Compulsiva

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    1. Oi Camila, tudo bem?
      Fico feliz em saber que gostou da resenha!
      Bjkas

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  6. Olá! O livro parece trazer uma história cheia de emoções, que nos permitirá refletir sobre nossas escolhas, é bem triste perceber que não mudou muita coisa de 1973 para cá, violência doméstica, preconceito e posição social ainda estão bem presentes na nossa sociedade.

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    1. Oi Elizete, tudo bem?
      Infelizmente você está certa. Não houve tantos progressos assim em relação à prevenção da violência doméstica e a cada dia que passa temos milhares de mulheres e crianças sofrendo em silêncio.
      Bjkas

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  7. Pude ler esse livro logo na época de lançamento e eu lembro que eu fiquei bem chateada quando eu fiz a comparação histórica daquela época e a beça e vi que a relação Não mudou muita coisa Em relacionamentos conjugais A violência marital é realmente uma coisa muito frequente e intensa na nossa sociedade

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    1. Oi Carolina, tudo bem com você?
      Realmente é triste observamos isso. Houve um grande avanço nos direitos das mulheres, mas mesmo assim falta muito para encontrarmos um equilíbrio.
      Bjkas

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  8. Olá, Carol
    Ainda não conhecia o livro, mas achei bem interessante. Quero ter a chance de ler fiquei muito curiosa para saber o que acontece com Tina, Billy e Chrissie.
    A violência doméstica abordada no livro é um assunto que nos faz refletir.
    Beijos

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    1. Oi Luana, tudo bem?
      Acho importante quando os autores abordam importantes questões sociais.
      Bjkas

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