Resenha: O Jogo dos Peões - Rob J. Hayes

 

Sinopse - Ela quer esquecer os erros do passado, mas os deuses possuem outros planos… Há cinco anos, a renomada estrategista e general Yuu fez um movimento arriscado e o Príncipe de Aço pagou por seu erro com a vida. Agora em fuga, ela confia em sua inteligência para fugir dos caçadores de recompensas. Mas, e se houver uma maneira de trazer de volta à vida um príncipe assassinado? Uma vez a cada século, os deuses realizam uma competição para escolher quem governará o Trono de Jade. Cada deus escolhe um campeão, e o destino do céu e da terra depende do vencedor. Em um tabuleiro cheio de heróis, guerreiros, assassinos e ladrões, Yuu conseguirá sobreviver tempo suficiente para aprender as regras do jogo e, mais ainda... dominá-lo? O “Jogo dos peões” é uma história independente ambientada no premiado universo das Técnicas Mortais. É uma aventura repleta de heróis, deuses, espíritos e magia.

 

Em um passado não muito distante, Yuu era uma general, uma estrategista conhecida por todos por sua sagacidade e ferocidade, que colocaria a vida de qualquer soldado em risco se isso garantisse a vitória do Príncipe na Guerra. Infelizmente, como em todas as guerras, perdas aconteceram e Yuu se vê atualmente como uma fugitiva, que tenta manter um perfil baixo e passar despercebida enquanto afoga os seus arrependimentos no álcool.

Sobrevivendo dia após dia em um tormento, Yuu não faz ideia que acabou se tornando uma peça fundamental no jogo dos Deuses e que sua participação, pode alterar completamente o destino da humanidade...

A sinopse do livro é bem explicativa quanto ao contexto central do enredo, então, para não ter spoilers, irei focar nos personagens.

Yuu é uma mulher extremamente inteligente, que tem uma capacidade única de enxergar situações complicadas muitos passos à frente, como em um grande tabuleiro de xadrez. Mas essa habilidade custou muito caro a ela, e o leitor pode perceber isso conforme Yuu vai tendo flashbacks de sua infância, o ostracismo e a rejeição vão ficando cada vez mais palpáveis.

Por outro lado, temos a deusa Natsuko, que diz estar lutando pelo bem da humanidade e que escolhe Yuu como a sua campeã. Os deuses geralmente são descritos como imprevisíveis e traiçoeiros, e Natsuko tem essa personalidade meio que instável (ou seria egoísta?), que traz uma incerteza constante a situação. Suas ações em alguns momentos são vistas como atos de gentileza, em outras, uma possível traição, o que proporciona um constante questionamento durante a leitura.

Como Yuu não é uma guerreira e sim uma mulher que cria as jogadas, ela precisa de pessoas que possam lutar e mantê-la viva até o final desse torneio mortal e é aí que vão aparecendo outros personagens que irão agregando suas personalidades a essa jornada. Na minha percepção, um dos que se destacam é Li Bangue, que terá um crescimento espetacular conforme o enredo se desenrola. Ele não é a lâmpada mais brilhante do grupo, mas sua ânsia em ser mais do que é, de provar a si mesmo não obscurece o seu caráter.

Essa história é uma jornada, com começo, meio e fim. Temos cenários riquíssimos, muito bem descritos, dando a impressão de que estamos assistindo as cenas ao vivo, cenas com muitas brigas, lutas e desafios a serem ultrapassados, mas é principalmente a mente de Yuu, a forma como ela enxerga as situações de maneira tão tática perante aos perigos que amarra toda a história com um grande e lindo laço.

Também não posso deixar de mencionar o aspecto humano da história. Cada personagem, seja ele humano ou não, traz uma ou mais características marcantes que compõe a ampla e complexa roleta russa que são as emoções. Temos personagens mergulhados em luto, arrependimento, dor, falta de confiança e muito mais! Mas não são apenas os aspectos negativos, pois o crescimento pessoal e individual de cada um dos personagens permite que eles vão percebendo que existe perdão, redenção e até recomeços.

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