Resenha Tábula Rasa - Laplace Cavalcanti

Sinopse - A disputa insaciável por recursos e poder resultou em uma guerra atômica que mudou a face da Terra e quase extinguiu a raça humana, seus últimos sobreviventes estão refugiados em uma base militar sob uma montanha. Despertando nesse mundo pós-apocalíptico, depois de ter sido resgatado, David precisa lidar com sua nova realidade, enquanto tenta resgatar vestígios de seu passado, do qual nada recorda. Não leva muito tempo para ele descobrir que a vida limitada que o subterrâneo proporciona e a impossibilidade de regressar à superfície, devido à radiação, são os menores problemas de todos ali. Por algum motivo, todos os sobreviventes são inférteis, e não importa o quanto tentem melhorar as suas vidas, de nada adiantará se não conseguirem reverter esse problema. A humanidade não está livre da extinção.
"Tábula Rasa" é uma distopia fantástica narrada em terceira pessoa que gira em torno de David, um homem encontrado na superfície sem memórias do seu passado. Conforme a sinopse explica, o mundo foi praticamente dizimado graças a uma guerra atômica e os poucos sobreviventes desse cenário caótico refugiaram-se no subsolo em uma instalação militar no Canadá, conhecida como o Cofre. Inicialmente David sente-se sobrecarregado com tais informações, pois não se recorda nem mesmo dos conflitos que destruíram o mundo, muito menos o que estava fazendo na superfície. 
O Cofre é uma instalação autossuficiente que abriga um pouco mais de 400 pessoas, que estão isoladas há quase uma década. O local é governado por uma civil, a diretora Elizabeth Callegari, mas com a ajuda dos militares liderados pelo Capitão Donald Cooper. 
"Ele ficou sabendo que ali era uma base militar subterrânea e foi intitulada de Cofre por guardar o bem mais precioso do planeta: os últimos sobreviventes da raça humana, as poucas pessoas que restaram após uma guerra nuclear que dizimou a humanidade." (p. 15)
Para que todos consigam sobreviver por um longo tempo, o Cofre precisa ser um organismo fluido e cada indivíduo precisa desempenhar o seu papel. Cada setor é representado por um uniforme de cor diferente como forma de identificação, a comida é fracionada e os horários são rígidos. David logo se encaixa no local, mas é só a partir do momento em que conhece a tristonha Emma é que sua vida ganha um novo significado.
Porém, quanto mais tempo David passa no Cofre, mais ele começa a observar alguns detalhes incômodos e a partir de um determinado evento, o protagonista vai se dar conta que a luta pela sobrevivência não ocorre apenas na superfície...
O enredo foi muito bem estruturado e o autor criou um mundo crível e assustadoramente real. Afinal, quantos conflitos o nosso mundo não sofre e ficamos sempre pensando quando e quem dará aquele passo crucial que mudará tudo?
A construção dos personagens também foi muito bem feita. Como últimos sobreviventes, os personagens representam vários espectros do comportamento humano. Temos indivíduos que apenas seguem o fluxo, outros determinados a fazer qualquer coisa para alcançar os seus objetivos, aqueles que agem com o coração, outros que agem com a razão e temos aqueles que estão em busca constante pelo poder. É por conta dessa diversidade de personagens que o leitor fica preso a leitura, até chegar ao final do livro. É impossível realizar a leitura e não questionar se o grande problema do planeta não é exatamente o ser humano e seu egocentrismo.
Alguns personagens se destacam, como o Dr. William Rogers, o capitão Cooper, a diretora Callegari, Emma, Holly, Liam, Bill, Mira, a Dra. Palmer, Miguel e Felipe. É difícil falar de cada um deles, mas é possível ressaltar a importância de cada um na história.
É preciso ressaltar o cuidado que a Editora Coerência teve um cuidado incrível ao trabalhar com a revisão e diagramação do livro. A capa combina muito bem com o conteúdo e chama a atenção.
"- Vocês são tábulas rasas... Uma antiga civilização aqui da Terra, os romanos, usava tábuas cobertas por uma fina camada de cera para escreverem. Por causa da camada de cera, essas inscrições poderiam ser apagadas e reescritas." (p. 304)



Sobre o autor - Natural de João Pessoa - PB, Laplace Cavalcanti escreveu sua primeira história aos 8 anos. Aos 13 participou do Prêmio Jovens Autores do colégio Pio XI Bessa. É o autor do livro TÁBULA RASA e contista na antologia ERA UMA VEZ pela editora Coerência, além de ter escrito o chick-lit A PÁGINA CERTA e ter contos publicados na Amazon e no Wattpad.

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7 comentários

  1. Oi Carol.
    Não conhecia o autor, nem suas obras.
    AMO uma boa distopia e achei a sinopse bem interessante. Parece que o autor construiu um mundo interessante e desenvolveu bem seus personagens.
    A vida dentro do Cofre parece bem opressora, cheia de regras, mas sem muita explicação do porque acontece dessa forma. Realmente é difícil ter aquela pessoa que vai tomar o passo inicial para questionar tudo.
    Espero ter a oportunidade de ler esse livro.
    Beijos

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  2. Olá! Gostei do enredo do livro, adoro distopias e essa parece ser bem elaborada, cheia de detalhes e personagens que enriquecem a história, acho que essa questão de descobrir se as razões dos muitos problemas que existem no mundo não são em razão apenas dos seres humanos, mas sim de suas atitudes e ego, se encaixa muito na vida real e em nosso dia-a-dia (infelizmente!).

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  3. Olá Carolina, tudo bem?

    Esse é mais um livro que fico conhecendo aqui, gostei da premissa e da capa e sua resenha me deixou curioso, gosto de distopias, dia anotada e sucesso ao autor...bjs.


    https://devoradordeletras.blogspot.com/

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  4. Oi Carol!
    Não tive oportunidade de ler nenhum dos livros do Laplace e este parece uma distopia muito bem feita, trazendo uma ficção mais contemporânea.
    Tive oportunidade de ver o autor em um evento aqui em João Pessoa, mas não tive coragem de me aproximar e me apresentar...kkkkkk E ne sei porque, pois não sou tímida, acho que era porque ele estava rodeado de amigos.
    Quero ter oportunidade de ler.
    cheirinhos
    Rudy

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  5. Não conhecia o livro e nem o autor, mas gostei bastante da premissa já que adoro distopias.
    Acho legal quando o livro consegue ser bem real, nos faz querer mergulhar muito mais na leitura e os personagens ainda parecem ser super bem desenvolvidos.

    beijinhos
    She is a Bookaholic

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  6. Oi, Carol.
    Ainda não conhecia o livro, mas com uma avaliação tão boa assim, não tem como não querer ler!
    beijos
    Camis - blog Leitora Compulsiva

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  7. Olá!!
    Não conhecia o livro, vejo que tem uma trama muito bem interessante, aquela distopias que qualquer leitor adora e gosta bastante. Gostei muito e já anotei na listinha!

    Meu blog:
    Tempos Literários

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