Resenha Tempestades de Sangue - Fortaleza Negra # 2 - Kel Costa

Sinopse - Durante o último ataque de mitológicos à Fortaleza Negra, Sasha sofreu perdas irreparáveis. Agora, só o que ela quer é juntar os cacos e seguir em frente. Mas, quando menos espera, ela se depara com um esquema de tráfico de sangue dentro da Fortaleza e resolve usar essa informação para se aproximar de Klaus, o líder dos Mestres vampiros. Enquanto isso, Mikhail viaja na companhia dos irmãos numa caçada aos mitológicos, e está concentrado em encontrar seus inimigos e dar fim ao grupo que atacou a Fortaleza. Mal sabe ele que enquanto isso, Sasha está se arriscando para desvendar todo o mistério que envolve o tráfico de sangue, ao mesmo tempo que tenta se reaproximar do cientista Blake Campbell e descobrir mais sobre a Exterminator, a arma criada para exterminar os mitológicos, mas que também pode ser uma grande ameaça para os vampiros. Será que Blake está tramando contra os Mestres? Sem que imagine, as investigações de Sasha a levam a percorrer um caminho sem volta que acaba se transformando no seu pior pesadelo.
"Tempestades de Sangue" é a continuação do livro "Fortaleza Negra" e tem início exatamente onde terminou o livro anterior. 
No prólogo, narrado em primeira pessoa pela Sasha, observamos que mais uma vez ela se envolveu em uma confusão mortal e dessa vez, terá que lidar com Rurik sozinha.
A história se passa quinze dias antes do evento do prólogo e apresenta uma Sasha um pouco diferente da que conhecemos. Ela perdeu alguém muito importante no último encontro com os mitológicos e além do luto, precisa lidar com o fato de que Mikhail saiu da Fortaleza com Nadia, Nikolai e Vladimir para lidar com os responsáveis pelo ataque.
Só que Mikhail, com seu jeito de ser, não se despediu da Sasha, o que a deixou ainda mais vulnerável emocionalmente, pois precisa lidar com o luto e com a separação do amado.
Dessa forma, os capítulos alternam em dois locais: temos Sasha, Kurt e Lara na Fortaleza, causando dor de cabeça para um Klaus extremamente irritado e a caçada dos demais Mestres pelos mitológicos.
Durante a caçada pelos Mitológicos, Mikhail apresenta ao leitor um lado mais vulnerável, onde relembra alguns acontecimentos de épocas diferentes durante sua jornada pela Europa. A autora mesclou fatos históricos reais com a história dos Mestres, o que tornou a leitura ainda mais intrigante e cativante.
Enquanto isso, na Fortaleza, Sasha deixa claro que consegue atuar em múltiplas confusões simultaneamente. Ela se envolve no contrabando de sangue, em um terrível plano de traição contra os Mestres e ainda é alvo da rainha Zênite e de Rurik.
Ufa, é tanta coisa que não é de se estranhar que Klaus ande tão taciturno. Não basta ser o único responsável pela segurança dos moradores da Fortaleza e ter que lidar com um conflito interno quando se trata de Rurik, ele ainda precisa manejar Sasha e suas confusões!
A interação entre Mikhail e Sasha continua deliciosa e frustrante ao mesmo tempo! Não é possível que alguém tão antigo e experiente seja tão estúpido.
"Minha cota de homens bonitos tinha se esgotado quando Mikhail entrou na minha vida. Eu acreditava que havia alguma lei no universo que regesse esse assunto." (p.48)
Esse segundo livro da série trouxe inúmeros pontos interessantes, começando pela narrativa. O livro é narrado em primeira pessoa e dessa vez, temos uma maior amplitude de narradores. Além de Sasha e Mikhail, temos as perspectivas de Kurt e Klaus.
Esses dois personagens apresentando seus pontos de vista enriqueceu bastante a obra. Kurt com seu jeito expansivo e Klaus com seus trejeitos introspectivos fornecem uma visão diferenciada e muitas vezes engraçada de algumas situações.
É impossível não se apaixonar pelos personagens criados pela Kel Costa. Até mesmo quando os Mestres agem como completos idiotas, o leitor tem vontade de sacudi-los e mandar seguir em frente.
A trama abordou assuntos importantes. Não é uma história com passagens unicamente felizes. A autora discute a perda, o luto e o amadurecimento pessoal. Esse último é visível em cada página avançada. Vemos a perda da inocência perante a guerra e a necessidade de crescer abruptamente para sobreviver. Mas também temos momentos doces e engraçados, onde os laços de amizade e lealdade prevalecem, demonstrando que uma família é feita não apenas com os laços sanguíneos.
" - E eu não sou meiga? - Revirei os olhos quando vi a expressão debochada de Kurt." (p. 37)
Mais uma vez, o final foi estonteante! Não existe outra palavra para expressar os sentimentos que surgiram durante essa cena crucial.
A escrita da Kel Costa é sublime! A maneira como ela constrói a trama, preparando o leitor para um momento clímax durante a leitura é fenomenal.
Em relação à revisão, diagramação e layout a editora mais uma vez realizou um trabalho impecável. A capa combina perfeitamente com o enredo. A coloração, o título e a sensação transmitida por ela chama a atenção.
"Saí de cabeça erguida do quarto e cambaleei por aquele corredor, andando nas nuvens. Eu ainda não conseguia acreditar em tudo o que tinha acontecido. Não teve beijo, não teve amasso, não teve sexo nem nada. Mas teve uma pegada fenomenal. Oh, meu Klaus!" (p.96)
Confiram as resenhas dos livros anteriores:

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