Resenha Pecadora - Nana Pauvolih


Sinopse - Todos nós éramos pecadores. Somente uma coisa diferenciava um pecador: as escolhas. Saber o certo e escolher seguir pelo caminho errado em vez de fazer o que era correto. Fechei os olhos. Apesar de tudo que tinha feito naquela noite, não me arrependi. Era pecado, era perdição, mas também era mais do que eu já tinha sonhado em ter. ––– Entre a rígida criação religiosa e o desejo que sempre a consumiu, Isabel precisa se encontrar. Casada há quatro anos com Isaque, seu namorado de adolescência, a jovem sabe que a relação está longe de ser satisfatória. Mas é só quando Isaque fica amigo de Enrico, um publicitário solteiro e bem-sucedido, que a situação começa a ficar insustentável. Agnóstico, sem amarras e cheio de mulheres, Enrico é tudo o que Isabel acredita rejeitar, mas ela não consegue deixar de se sentir interessada pelas histórias que o marido conta dele. Para piorar, ela consegue um emprego na agência dele, e agora terá de passar os dias ao lado do homem que traz à tona seus sentimentos mais proibidos. Neste novo romance, Nana Pauvolih, uma das maiores autoras de romances eróticos do país, mostra que o certo nem sempre precisa ser aquilo que é imposto, e sim aquilo em que se acredita.

"Pecadora" é uma ficção erótica que tem como protagonistas Isabel e Enrico. Narrada em primeira pessoa, os capítulos alternam entre as perspectivas dos dois personagens e exploram os excessos religiosos e a rigidez exercida em certas crenças.
Isabel é uma jovem que cresceu sob a perspectiva religiosa de seu pai, que acabou fundando a própria igreja pois acredita que as demais não eram rígidas o suficiente.
"Meu pai havia começado como obreiro de uma igreja pentecostal no interior do Rio de Janeiro, mas discordava de muitas das ideias que ouvia ali. Mudamos para uma vila no Catete, bairro de classe média da capital, e ele não se adaptou a nenhuma das igrejas que frequentou. Como era muito severo, achava quase todas liberais demais, mesmo aquelas tidas como mais rigorosas. Acabou fundando a sua própria igreja em uma casa alugada perto da nossa, dando-lhe o nome de Deus É Por Nós. Lá ele se tornou pastor e assumiu todas as responsabilidades que o cargo acarretava, realizando obras para ajudar a comunidade." (p. 09)

Isabel é a mais nova de três irmãs: Ruth, a mais velha, quer sempre agradar aos pais e casou-se cedo e já tem alguns filhos; Rebeca é a rebelde, que tenta com todas as forças conseguir a sua independência e livrar-se da opressão dos pais, enquanto Isabel, a caçula, é a conciliadora, tentando agradar aos pais e a irmã. Quando Isabel tinha 17 anos de idade, um episódio envolvendo Rebeca culminou em uma ruptura na família e a pressão para que Isabel siga o caminho correto ficou ainda maior.
Cinco anos se passaram e Isabel se vê em um casamento sem perspectivas. Isaque é um rapaz jovem, que junto com sua família frequenta a igreja de Seu Sebastião (pai da Isabel) e segue suas crenças. Ambos casaram-se muito cedo por conta da pressão dos pais e tem-se a impressão de que eles nem ao menos se amam, mas apenas se conformam com o fato de que estão cumprindo seus deveres. Porém, Isabel começa a questionar a sua vida, que é tão rígida e tão cheia de obrigações, mas que não fornece nenhum prazer a ela. Não é apenas a insatisfação sexual (ela existe e é constantemente reforçada por Isabel), mas a insatisfação com a vida.
O caminho de Isaque e Enrico Villa acabam se cruzando e o marido de Isabel começa a contar histórias sobre as aventuras que seu novo amigo tem, em um tom até de orgulho. Conforme tais comentários vão aumentando, Isabel fica mais e mais irritada com o estranho.
"Estava irritada e não queria ouvir mais sobre aquele homem. Como era livre e despudorado, como parecia não se importar com a opinião dos outros ou com um castigo de Deus por sua vida desregrada! Enquanto eu me martirizava com meus pecados mundanos, ele parecia ter orgulho dos dele." (p. 27)
Porém, Enrico deixa de ser um estranho para se tornar seu chefe e Isabel precisa controlar seu corpo que parece responder a mera presença desse homem. Com a tentação máxima em sua frente, será que Isabel finalmente irá se tornar uma Pecadora?
Enrico é um homem carismático, trabalhador, bonito e que não tem vergonha de admitir que gosta de sexo e diversão. Os amigos dão apelidos brincalhões, tiram sarro das situações em que ele se mete, mas fica claro que existe uma pontinha de ciúmes por parte deles. Apesar do que aparenta em um primeiro momento, Enrico não faz o tipo canalha, é apenas um homem solteiro que aproveita a vida ao máximo.
Isabel é uma adulta, mas anos de doutrinação do pai fazem com que sua mente trabalhe como a de uma criança ingênua. Tudo é motivo de deslumbramento e qualquer sinal de diversão em sua vida, ela se fecha, pois imagina que está cometendo um pecado. Por conta disso, os capítulos narrados por ela são menos fluidos do que os narrados pelo Enrico, pois Isabel fica sempre batendo na tecla do pecado. 
Porém, é muito importante ressaltar que a autora discutiu muito bem o tema do extremo religioso e também da banalização da fé. Independente da religião ou crença do indivíduo, a autora demonstra em seu enredo que existem exageros e como em tudo na vida que é cometido em excessos, os malefícios que esses exageros causam.
A interação entre Isabel e Enrico é quente e turbulenta ao mesmo tempo. Enquanto Enrico é um homem feito que sabe o quer, Isabel está começando a pensar por si mesma pela primeira vez em sua vida e a questionar tudo o que conheceu até o momento.
Em relação à revisão, diagramação e layout a editora realizou um ótimo trabalho.
"Era por isso que eu entendia Rebeca. Não era apenas por amá-la muito que eu não conseguia me afastar. No fundo, eu sabia que a diferença entre nós duas era que ela, sempre feliz e expansiva, cheia de vida, questionava a religião abertamente enquanto eu fazia isso escondida". (p. 15)


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7 comentários

  1. Não curto muito estorias hot, mas quem sabe eu leia em uma outra hora, ainda quero conhecer a escrita da autora e quem sabe a outras obras também, a historia é sem duvida boa mas por agora não é o que procuro.
    Até mais!!!

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  2. Oi, Carol.
    Achei bem ousado o fato da autora misturar erotismo com discussões de cunho religioso, mas acho que isso gerou uma história interessante! Não sou muito de livros assim, mas agora fiquei curiosa para saber como a autora desenvolveu essa trama!
    beijos
    Camis - blog Leitora Compulsiva

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  3. Nunca li nada da autora. Mas sei que seus livros fazem bastante sucesso.

    A Personagem Isabel não é feliz em seu casamento,e deseja mais.É compreensível!
    Só me sinto incomodada com esse lance de traição...

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  4. Gente eh necessário ter a mente muito aberta para ler os livros de nana. Confesso que gostei da maioria (na verdade só não gostei dos que tem abuso sexual). Esse tem cara de ser muito bom!

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  5. Carolina!
    Li algumas outras resenhas desse livro, e fiquei com a maior vontade de ler justamente pela hipocrisia religiosa sobre alguns conceitos.
    Bem interessante.
    “Preferi sempre a loucura das paixões à sabedoria da indiferença.” (Anatole France)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    TOP COMENTARISTA ABRIL especial de aniversário, serão 6 ganhadores, não fique de fora!

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  6. Não sou fã de livros com a temática do erotismo, então não é um livro que eu leria.

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  7. Oi, Carolina!!
    Já estou mega curiosa para ler mais esse livro da Nana!! E pelo que li vai ser um livros daqueles!! Adorei a resenha!!
    Beijoss

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