Resenha As Sobreviventes - Riley Sager

Sinopse - Há dez anos, a estudante universitária Quincy Carpenter viajou com seus melhores amigos e retornou sozinha, foi a única sobrevivente de um crime terrível. Num piscar de olhos, ela se viu pertencendo a um grupo do qual ninguém quer fazer parte: um grupo de garotas sobreviventes com histórias similares. Lisa, que perdeu nove amigas esfaqueadas na universidade; Sam, que enfrentou um assassino no hotel onde trabalhava; e agora Quincy, que correu sangrando pelos bosques para escapar do homem a quem ela se refere apenas como Ele. As três jovens se esforçam para afastar seus pesadelos, e, com isso, permanecem longe uma da outra; apesar das tentativas da mídia, elas nunca se encontraram. Um bloqueio na memória de Quincy não permite que ela se lembre dos acontecimentos daquela noite, e por causa disso a jovem seguiu em frente: é uma blogueira culinária de sucesso, tem um namorado amoroso e mantém uma forte amizade com Coop, o policial que salvou sua vida naquela noite. Até que um dia, Lisa, a primeira sobrevivente, é encontrada morta na banheira de sua casa com os pulsos cortados; e Sam, a outra garota, surge na porta de Quincy determinada a fazê-la reviver o passado, o que provocará consequências cada vez mais assustadoras. O que Sam realmente procura na história de vida de Quincy? Quando novos detalhes sobre a morte de Lisa vem à tona, Quincy percebe que precisa se lembrar do que aconteceu naquela noite traumática se quiser as respostas para as verdades e mentiras de Sam, esquivar-se da polícia e dos repórteres insaciáveis. Mas recuperar a memória pode revelar muito mais do que ela gostaria.
"As sobreviventes" é um thriller emocionante que vai girar em torno do fascínio das pessoas e a exploração da mídia sobre vítimas sobreviventes de massacres. A história é narrada em primeira pessoa por Quincy, uma mulher de 29 anos de idade que há dez anos atrás passou por uma situação infernal.
Quincy, sua melhor amiga Janelle, seu namorado Craig e seus amigos Amy, Rodney e Betz iriam comemorar o aniversário de Janelle em uma cabana da família. Sabe aquelas cabanas isoladas, com muita vegetação ao redor e uma história local aterrorizante? Pois é. Quincy não tem lembranças dos detalhes, apenas que estava coberta de sangue correndo pela floresta quando foi salva por Coop, um policial. E quando a polícia chegou ao local, todos os seus amigos estavam mortos. E ele.
Quincy sobreviveu, passou por extensos interrogatórios, sua vida foi virada de cabeça para baixo, a mídia não a deixava em paz, mas com o tempo ela foi encontrando o seu lugar no mundo. Dez anos depois ela está morando em Manhattan, dividindo o apartamento com o namorado Jeff, um defensor público e tocando seu blog culinário "Doçuras da Quincy". Uma vida tranquila e completamente normal.
Entendam que a normalidade é algo muito importante para a protagonista, que não quer se destacar ou chamar a atenção de alguma forma, mesmo sabendo que sempre terá alguém que irá reconhecer a sua história ou chamá-la pelo infame apelido dado pelos repórteres: "Garota Remanescente".
""Garota Remanescente" é uma expressão que se refere à última mulher a sobreviver no final de um filme de terror. Pelo menos, foi isso que me disseram." (p. 21)
Sabemos que o mundo é repleto de tragédias e Quincy não é a única sobrevivente de um massacre que ficou famosa. Antes dela, houveram duas jovens: Lisa Milner, que sobreviveu a chacina em uma república estudantil em Indiana e Samantha Boyd, que sobreviveu a uma matança desenfreada em um motel. Cada um lida com o seu trauma de uma forma diferente. Lisa resolveu assumir o título de "Garota Remanescente", escreveu um livro e apareceu em diversos programas; Samantha simplesmente sumiu do mapa e Quincy... Bom, Quincy tenta ser normal.
Conforme a sinopse explica, Lisa é encontrada morta em casa e a polícia suspeita de suicídio e Samantha (a Sam) surge na porta do apartamento de Quincy repentinamente para saber como ela está lidando com isso. A partir desse momento, a vida da protagonista saí dos eixos e o leitor mergulha em uma história fascinante e assombrosa.
"Sinto uma afinidade com aquela garota sem nome, ainda que não consiga ver o rosto dela." (p. 33)
Como a narrativa é em primeira pessoa, temos essa visão intimista da protagonista, uma mulher que é uma sobrevivente, mas que também reprimiu muitas emoções para conseguir a estabilidade que tanto almejava. Com um dinâmica familiar terrível, um namorado que aparentemente não compreende a profundidade dos acontecimentos do passado e uma outra Garota Remanescente ao seu lado, Quincy vai cada vez mais se aprofundando na vida de Lisa e no final de semana em que esteve no Chalé Pine que mudou a sua vida.
"Parar não era uma opção. Parar era morrer. Então ela continuou correndo, mesmo quando o ramo de um arbusto espinhento se enrolou em seu tornozelo e roeu a carne." (p. 07)
A trama trabalha muito bem o lado policial e psicológico, mas também discute em vários momentos essa exploração que ocorre com as vítimas após uma desgraça. Os telefonemas constantes, os repórteres na porta de casa, seguindo as vítimas, tentando extrair alguma informação de amigos e parentes. É uma situação insana, mas totalmente plausível e condizente com a nossa realidade.
"As sobreviventes" é uma obra completamente viciante, cheia de reviravoltas, descobertas e emocionalmente impactante. Os personagens são muito bem construídos, imperfeitos e determinados.
Em relação à revisão, diagramação e layout a editora Gutenberg realizou um ótimo trabalho. Existem alguns errinhos de digitação, como por exemplo na página 93, mas nada que interfira na compreensão do texto. A capa é perfeita para a trama, pois imaginamos Quincy correndo pela floresta aos 19 anos de idade.
"Ela corria por instinto. Um alerta inconsciente de que precisava continuar, independentemente do que acontecesse. Até já tinha esquecido o porquê. Se sua vida dependesse da lembrança daquilo que motivou sua fuga pela mata, ela tinha certeza de que morreria bem ali no solo da floresta." (p. 07) 
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12 comentários

  1. Oi, Carolina.

    Gostei desse livro, mas as cenas descritas no final, sobre o que aconteceu naquela fatídica noite, me fizeram ter sonhos macabros. Sério, não me senti bem, fiquei um pouco enojada. Para mim, pelo menos, as cenas foram muito fortes.

    E eu comecei a pensar naquele jovens, que tiveram seu futuro destruído... Mesmo sendo um livro fictício. O livro me causou isso.

    Já tinha passado pela minha mente, quem era o(a) assassino(a). Então, não foi muita surpresa pra mim...

    Só acho que o autor poderia ter desenvolvido melhor o perfil do(a) assassino(a), pois aquela justificativa não me convenceu muito... Sei lá, não foi muito impactante. Se fosse a outra hipótese, no qual estava em pauta (digamos assim) quase o tempo todo, teria sido melhor.

    Até mais ou menos a página 230, esse livro é chato pra caramba! A partir daí, é que as coisas começam a ficar interessantes!

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    1. Oi Daiane, tudo bem? Realmente existem descrições macabras e que infelizmente, fazem nossa imaginação correr solta.
      Confesso que estava desconfiada da identidade do assassino, mas durante a leitura não conseguia descobrir o motivo de tudo.
      Obrigada pelo comentário.
      Bjkas

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  2. Oi Carol.
    Fiquei bem curiosa em relação a esse thriller.
    É interessante ver como cada vítima/sobrevivente lida com o acontecido. Alguns preferem a fama, enquanto outros, o anonimato.
    Gostei bastante da premissa desse livro e ele parece ser aquele tipo de livro que você não larga até chegar no final.
    Já está na minha lista de desejados.
    Beijos

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    1. Oi Pamela, tudo bem?
      Realmente não consegui largar o livro até chegar ao final rs.
      Bjkas

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  3. Thrillers que são contados em primeira pessoa me deixam intrigada, pois na minha cabeça não dá pra explorar a trama toda somente com um pouco de vista. A trama central chama a atenção, mas não é muito o meu gênero de livro. Vou procurar mais opiniões sobre antes de arriscar ler.

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    1. Oi Eduarda, tudo bem?
      Concordo plenamente com você. Quando a história é narrada em primeira pessoa, sempre fico me perguntando se o narrador é confiável.
      Bjkas

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  4. Oi Carol.
    Você nem imagina como estou curiosa para ler esse livro, adoro thrillers, e claro que quando li essa sinopse me interessei, parece enredo de filme (seria uma ótima adaptação, rs). Confesso que duvido um porquinho da Quincy, sei que ela passou por coisas horríveis, mais esse bloqueio dela também é mal interpretado, pelo visto tanto ela quanto Sam tem coisas escondidas, saber disso só aumenta minha vontade de ler. Achei interessante mostrar como o jornalismo as vezes é inconveniente, é algo bem verdadeiro para mim.
    Bjs

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    1. Oi Vitória, tudo bem?
      O bloqueio pode ser justificado de diversas formas: o trauma foi tão grande que o cérebro dela resolveu bloquear tudo, culpa de sobrevivente e tantos outros motivos. Mas ter o bendito bloqueio é uma das camadas da história a ser desvendada.
      Bjkas

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  5. Oi, Carol.
    Esse livro já está na minha lista de desejos há tempos e depois de ler a sua resenha, só fique ainda com mais vontade de ler!
    beijos
    Camis - blog Leitora Compulsiva

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    1. Oi Camila, tudo bem com você?
      Espero que realize a leitura e depois venha nos contar o que achou ;)
      Bjkas

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  6. Olá! Venho lendo muita coisa boa referente a esse livro e estou louca para conferir, gosto de livros que tenham reviravoltas, e onde haja muitos mistérios, Quincy parece ser uma personagem bem forte que vai passar por muitas situações complicadas.

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    1. Oi Elizete, pelo que você escreveu, acho que deve dar uma chance a esse livro então.
      Bjkas

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